Vivemos em uma sociedade cada vez mais digital. Cada curtida, pesquisa, foto ou vídeo passa por algoritmos: sistemas automáticos que tomam decisões por nós — desde sugerir vídeos no TikTok até reconhecer rostos em câmeras de segurança.
Mas existe um problema:
👉 Assim como o mundo real tem desigualdades, o mundo digital também pode reproduzir racismo.
É isso que chamamos de racismo algorítmico.
Durante o Mês da Consciência Negra, este tema se torna ainda mais importante: é hora de pensar como a tecnologia pode reproduzir injustiças — e como podemos mudar isso.
🔍 O que é Racismo Algorítmico?
Racismo algorítmico ocorre quando sistemas automáticos — como Inteligência Artificial, reconhecimento facial, redes sociais e mecanismos de busca — produzem resultados prejudiciais ou injustos para pessoas negras.
Essas decisões podem parecer “neutras”, mas não são. Os algoritmos aprendem a partir de dados — e se esses dados têm preconceitos, o sistema também terá.
⚠️ Por que isso acontece?
1. Dados enviesados
Se o banco de dados tem mais imagens de pessoas brancas ou associa pessoas negras a características negativas, o algoritmo aprende esse padrão.
2. Falta de diversidade nas equipes de tecnologia
Quando quase ninguém da equipe vive a realidade de ser uma pessoa negra, muitos problemas podem passar despercebidos.
3. Reprodução do racismo estrutural
Como vivemos em uma sociedade desigual, a tecnologia reflete essas desigualdades.
🗣️ Se o racismo existe fora da internet, ele aparecerá dentro dela também.
📱 Exemplos Reais do Dia a Dia
1. Reconhecimento facial falha mais com pessoas negras
Sistemas usados por shoppings e pela polícia erram com muito mais frequência ao identificar rostos negros.
2. Filtros que “clareiam” a pele
Famosos filtros de beleza ajustam a pele para tons mais claros automaticamente.
3. IA que reproduz estereótipos
Geradores de imagens e textos podem associar pessoas negras apenas a profissões menos valorizadas ou a comportamentos negativos.
4. Buscadores que reforçam preconceitos
Sugestões automáticas podem trazer termos ofensivos ou negativos sobre pessoas negras.
5. Menor alcance de criadores negros
Algoritmos de redes sociais podem reduzir o alcance de conteúdos sobre racismo, diminuindo a visibilidade de influenciadores negros.
6. Softwares de seleção que discriminam
Sistemas automáticos podem excluir candidatos por causa de sobrenomes ou histórico social que foge ao “padrão” aprendido nos dados.
✊ Conexão com o Mês da Consciência Negra
Novembro é um mês de reflexão e consciência sobre:
a história da população negra,
a luta contra o racismo,
a valorização das identidades negras,
o combate às desigualdades.
E o mundo digital faz parte dessa luta.
“Sem diversidade nos dados, não há justiça nos algoritmos.”
Ao entender o racismo algorítmico, conseguimos construir tecnologias mais humanas, inclusivas e éticas.
📚 Para estudar mais: Leitura recomendada
Abra os links no laboratório de informática:
Para entender melhor como o racismo algorítmico aparece na prática, leia as reportagens abaixo — todas apresentam casos reais, explicações detalhadas e, em muitos casos, imagens que mostram o problema acontecendo.
Compreender como a educação midiática pode ajudar a identificar e combater o racismo nas redes sociais e na mídia digital, reconhecendo que racismo é crime e que todos somos responsáveis por uma comunicação respeitosa.
💬 1. O que é letramento racial digital?
É a capacidade de perceber e analisar criticamente conteúdos racistas nas redes — sejam explícitos ou sutis —, entendendo como mensagens, memes e postagens podem reproduzir preconceitos e desigualdades.
⚖️ 2. Racismo é crime
A Lei nº 7.716/1989 e o art. 5º da Constituição Federal proíbem atitudes que discriminem pessoas por cor ou origem.
➡️ Nas redes, isso inclui posts, comentários, piadas ou imagens que ofendam ou reforcem estereótipos raciais.
🧩 3. Vieses racistas na mídia
Os vieses racistas aparecem quando:
Pessoas negras são mostradas apenas em papéis negativos;
Culturas negras são ridicularizadas ou ignoradas;
Faltam vozes negras nas representações positivas.
Reconhecer e denunciar essas situações é um ato de cidadania digital.
🌐 4. O papel da educação midiática
A educação midiática desenvolve o olhar crítico e o poder de ação.
Com ela, você aprende a:
Ler e interpretar criticamente as redes;
Identificar fake news e discursos de ódio;
Produzir conteúdo ético e transformador.
💡 Reflexão
“Cada curtida e compartilhamento espalha uma mensagem.
Você quer ser parte da solução ou da reprodução do preconceito?”
🕓 Tempo total da atividade
Duas aulas de 50 minutos (100 min totais):
1ª aula → Planejar e gravar
2ª aula → Editar e apresentar
🩶 ATIVIDADES PRÁTICAS (LADO B – VERSO)
Escolha UMA das opções e produza em equipe (3 a 5 alunos)
🎬 1. CAMPANHA EM VÍDEO – “Racismo é crime”
Objetivo: Criar um vídeo curto (60 a 90 segundos) que conscientize sobre o racismo e ensine a identificar vieses nas redes.
Etapas rápidas:
Planejem o roteiro:
Abertura: frase de impacto.
Exemplo: situação (real ou simulada).
Explicação: por que é racista?
Encerramento: dica ou chamada à ação.
Gravem com o celular (vertical) e boa iluminação.
Editem no CapCut, InShot ou VN, inserindo legenda e hashtag.
Finalizem com a frase:
👉 “Racismo é crime — denuncie e compartilhe respeito.”
Entreguem o vídeo editado ao final da 2ª aula.
🎧 2. PODCAST OU POSTS EDUCATIVOS – “Vieses Racistas nas Redes”
Objetivo: Produzir um podcast de 2 a 3 minutos ou série de 3 posts no Canva explicando o que são vieses racistas e como reagir.
Etapas rápidas:
Façam o roteiro:
Defina “viés racista” em 1 frase.
Dê 1 exemplo comum.
Ensine como reagir ou denunciar.
Feche com uma mensagem positiva.
Gravem o áudio com o celular (app de voz ou Anchor).
Ou criem 3 posts com frases curtas + imagens no Canva.
Entreguem o podcast ou posts prontos até o fim da 2ª aula.
✅ CHECKLIST RÁPIDO (para qualquer opção)
☐ Roteiro pronto e coerente
☐ Mensagem central: “Racismo é crime”
☐ Dicas práticas sobre identificação dos vieses
☐ Boa luz / som / edição simples
☐ Legendas ou textos legíveis
☐ Respeito à imagem e privacidade
☐ Entrega dentro do tempo
Atividade em Grupo: “O Jornal da Abolição e a Consciência Negra Hoje”
Público-alvo: Ensino Médio Local: Sala de aula Duração: 2 aulas Material de apoio:Jornal da Abolição (versão impressa ou digital disponível no blog da professora Isabel Aguiar)
🎯 Objetivos
Estudar o Jornal da Abolição como documento histórico e compreender o contexto da abolição da escravidão no Brasil.
Refletir sobre o protagonismo e a resistência negra na luta pela liberdade.
Relacionar o conteúdo histórico com as permanências e mudanças sociais que ainda afetam a população negra no Brasil atual.
Estimular a criatividade, o trabalho em equipe e a consciência crítica.
📜 Orientações importantes
O Jornal da Abolição é um documento histórico, portanto não deve ser riscado, dobrado ou danificado.
As anotações e observações devem ser feitas no caderno do grupo ou em folhas à parte.
Quem preferir pode consultar a versão digital disponível no blog da professora Isabel Aguiar, para ampliar a pesquisa e acessar as imagens e textos originais.
🧩 Desenvolvimento da atividade
1️⃣ Leitura em grupo
Cada equipe receberá um exemplar (ou trecho) do Jornal da Abolição.
Durante a leitura, os alunos devem observar:
Como o jornal descreve a assinatura da Lei Áurea e a reação popular;
Que vozes são valorizadas e quais são silenciadas;
Quais ideias do texto ainda se refletem no Brasil de hoje.
As anotações devem ser feitas no caderno do grupo.
2️⃣ Análise e debate
Em seguida, os grupos discutem as seguintes questões:
A abolição trouxe liberdade real para os negros?
Que mudanças e permanências do racismo ainda vemos na sociedade atual?
O que o texto nos ensina sobre resistência, memória e reparação histórica?
3️⃣ Produção criativa
Com base na leitura e nas discussões, cada grupo vai criar uma forma autoral de expressar suas conclusões, como:
🎙️ dramatização ou simulação de uma reportagem da época;
🗞️ mini-jornal ou podcast com “notícias” da abolição vistas pelos libertos;
🎨 mural, cartaz, poesia visual ou rap que conecte 1888 aos dias de hoje;
💬 roda de conversa ou intervenção artística com frases e falas de impacto.
4️⃣ Apresentação
Cada grupo apresentará sua produção para a turma, explicando como relacionou o Jornal da Abolição ao Novembro Negro e ao Dia da Consciência Negra.
📚 Avaliação
A avaliação considerará:
Participação e envolvimento do grupo;
Capacidade de leitura crítica do documento;
Criatividade e clareza na apresentação;
Conexão entre passado e presente (mudanças e permanências).
✊ Encerramento
A abolição foi um marco legal, mas a liberdade real ainda é uma conquista cotidiana.
Estudar o Jornal da Abolição é olhar para o passado para compreender o presente — e agir para transformar o futuro.
🎨 Desenhe um símbolo, objeto ou figura que represente para você a força e a beleza da cultura africana. Explique em poucas linhas o que ele significa.
📚 A cultura africana está presente na nossa comida, na música, na dança e na religião. Escolha dois exemplos do cotidiano brasileiro que têm origem africana e explique sua importância.
🧑🏾🎤 Faça uma colagem (ou desenho) de artistas negros brasileiros que inspiram você. Pode incluir cantores, escritores, atletas, cientistas, atores etc. Escreva uma legenda para cada um.
✊🏿 O que significa para você o termo “Consciência Negra”? Escreva com suas palavras e depois crie uma frase de impacto sobre o tema.
🗺️ Pesquise e desenhe o mapa da África. Escolha um país e escreva três curiosidades sobre ele (língua, dança, culinária, vestimenta, religião etc.).
🎭 A herança africana está viva nas festas e nas manifestações culturais do Brasil. Desenhe ou descreva uma manifestação popular (como o maracatu, samba, capoeira ou congada) e diga qual é a sua origem africana.
🖌️ Escolha um provérbio africano e ilustre-o com um desenho que traduza seu significado. Depois, explique por que você escolheu esse provérbio.
🕊️ Escreva um pequeno texto poético ou uma música sobre o orgulho de ser negro ou sobre o respeito às diferenças.
📸 Imagine que você é um fotógrafo. Que imagem você registraria para representar o povo negro no Brasil de hoje? Descreva a cena com detalhes (emoções, cores, pessoas, cenário).
💡 Após todas as atividades, escreva uma reflexão final:
O que você aprendeu sobre a cultura africana?
Por que é importante celebrar o Dia da Consciência Negra?
Como podemos combater o racismo no nosso dia a dia?
RECONSTITUIÇÃO HISTÓRICA DO JORNAL DO DIA DA ABILIÇÃO DA ESCRAVATURA NO BRASIL - CLIQUE AQUI